segunda-feira, 22 de junho de 2009

Danças/Coreografias

Texto extraido do site do DEMAP. Saiba o que a Igreja Adventista da Promessa pensa a respeito da coreografia em suas igrejas.

COREOGRAFIA

INTRODUÇÃO
A coreografia pode, ou não, ser usada no templo de Deus como elemento de adoração? Este estudo tem o propósito de responder a esta pergunta. É evidente que respondê-la pura e simplesmente com um "sim" ou um "não", não é o suficiente. Alguns esclarecimentos preliminares devem ser dados. Para isto, nós os integrantes da Comissão de Doutrina da IAP, encarregada de estudar o assunto, realizamos uma pesquisa em busca de informações, não só históricas, mas principalmente bíblicas, antes de nos pronunciarmos a respeito dessa questão. Nesta pesquisa, foram examinadas muitas opiniões, boa parte delas a favor, embora cautelosas, com relação às vestimentas, movimentos e gestos que, dependendo da maneira como são usados, podem produzir efeitos contrários à verdadeira adoração e aos, sãos princípios do evangelho. O trabalho que ora apresentamos, é fruto da pesquisa feita pelos membros da referida Comissão visando esclarecer este assunto.

OBJETIVOS DESTE TRABALHO:
A C.D.(Comissão de Doutrina) tem como objetivo oferecer aos interessados, através deste trabalho, os elementos básicos de que precisam, para que possam julgar, de maneira imparcial e desapaixonada, sobre a utilização, ou não, da coreografia nos templos. É importante esclarecer, no entanto, que a coreografia já vem sendo praticada por muitas denominações evangélicas, incluindo-se entre elas a IAP, não constituindo por isso, nenhuma novidade. O que com certeza não foi feito até agora, foi uma discussão deste assunto, como no momento está sendo feito. Este estudo foi elaborado com o objetivo de colaborar com as lideranças locais, no sentido de capacitá-las a se posicionarem conscientemente sobre este assunto. O que talvez essas lideranças precisam fazer, é acompanhar mais de perto as atividades daqueles que estão sob seus cuidados religiosos, para que tudo o que eles fazem, e/ou pretendem fazer na igreja, aconteça dentro dos limites estabelecidos.

JUSTIFICATIVAS:
Há muitas pessoas crentes que, mesmo não tendo qualquer razão aparente que justifique seu posicionamento sobre a conveniência ou não, de determinadas práticas religiosas, ainda assim, se colocam contra ou a favor delas. A C.D. entende que, qualquer questão relativa à fé e à religião, precisa ser tratada de maneira equilibrada, para evitar alienamento. Vivemos em um tempo marcado pela atuação de um numeroso contingente de líderes religiosos, em que muitos deles, não dispondo de uma mensagem espiritual e doutrinária consistentes, valem-se não poucas vezes, de artifícios puramente humanos, na tentativa de impressionarem as pessoas. Como cristãos esclarecidos que somos, não podemos usar os mesmos artifícios. Considerando a questão por outro anglo, não vemos nenhum mal na adoção de uma prática lícita e saudável, principalmente se esta tiver o apoio das Escrituras e puder ser usada como instrumento de adoração ou de evangelização. Muitas pessoas sinceras e zelosas, mas sem a capacidade de discernimento que lhes permita julgar com segurança entre o que devem e o que não devem fazer, vêem-se muitas vezes, movidas pelo seu zelo, a adotarem posições extremamente radicais sobre certas coisas, ao ponto de não aceitarem qualquer outra posição que não se harmonize com a sua maneira de pensar. Pensando em ajudar a essas pessoas, foi que o presente trabalho foi elaborado.

1. ESCLARECIMENTOS IMPORTANTES

1.1 Coreografia & Dança - Não é muito difícil fazer distinção, entre "coreografia" e "dança". A distinção entre uma e outra, parece estar apenas no propósito com que cada uma delas é praticada. A coreografia de que estamos tratando, e que é usada pelos crentes como forma de adoração a Deus, não pode ser confundida com as outras danças que não são praticadas com esse mesmo propósito. Talvez por isso, é que os evangélicos preferem o termo “coreografia” ao invés de “dança”, porque esta, é comumente usada para dar vazão à sensualidade e aos prazeres carnais, enquanto aquela, é usada para adorar a Deus. Seus elementos básicos são os seguintes:

1o) A música, que determina os movimentos do corpo,

2o) Os movimentos do corpo e

3o) O ritmo, que é a harmonia entre os movimentos do corpo e a música.

1.2 Origem e significado de "coreografia" - A palavra "coreografia" é formada por dois vocábulos gregos: CHOREIA+GRAFIA, em que CHOREIA significa "dança" (dança coral), e GRAFIA significa "escrita". Portanto, "coreografia" tem o significado de: Escrita da dança. Preferimos o tratamento de “coreografia” para esse tipo de dança, embora usemos o termo genérico “dança”, nas referências bibliográficas.

2. CONCEITOS DE COREOGRAFIA OU DANÇA

“É toda a moção que transcende em sua natureza a ordem humana e terrena. Toda dança é e proporciona êxtase. Possui a dança três aspectos: o dinâmico, o plástico e o rítmico, ou o de movimento, o da composição de linhas e formas e o da medida em que esses movimentos e formas são executados no tempo (...) é produzida e limitada por seu instrumento: o corpo humano”. [1]

"Dançar é movimentar continuamente o corpo, de acordo com certo ritmo, em um certo espaço. É também uma expressão das emoções, uma válvula de escape de energias em excesso.[2] Dicionário Católico / Figuras e Símbolos, p.76 e 77.

"Dança é o ato de mover o corpo ao ritmo de uma música".

"A dança constitui um meio de comunicação muito pessoal e eficiente. Como arte, pode contar uma história, determinar uma disposição de espírito ou expressar uma emoção sem pronunciar uma única palavra".[3]

"A dança constitui um meio de comunicação muito pessoal e eficiente. Como arte, pode contar uma história, determinar uma disposição de espírito ou expressar uma emoção sem pronunciar uma única palavra".[4]

3. A QUESTÃO VISTA DO PONTO DE VISTA HISTÓRICO

“Desde tempos remotos que as alegrias domésticas ou nacionais, provocadas por acontecimentos vários, se traduziam em públicas ou particulares expansões. A dança e a música são meios de externar as nossas alegrias.... A dança como parte de cerimônia religiosa, ou ato de adoração, era comum entre os hebreus, principalmente pelas mulheres, Ex. 15:20; Jz. 21:21 e 23, e ocasionalmente pelos homens, como no caso de Davi, dançando diante da arca, II Sm. 6:14-23; I Cr. 15:29”.[5]

“A dança no decorrer da história da humanidade sempre foi utilizada como forma de expressão de sentimentos, externando através do movimento, uma forma de adorar a Deus. Mas no decorrer do tempo houve um Saque de satanás na área das artes, onde aquilo que era belo tornou-se ruim (...) Deus quer que sua igreja seja: alegre, viva jubilosa e dance livremente, não só as mulheres mas os homens, os idosos, as crianças, Je. 31:13. Mas se não tivermos a consciência de adoradores, não estaremos servindo a Deus nosso Senhor; mas teremos um outro senhor que se achará no direito legal de usar o nosso corpo para servi-lo”.[6]

“Em muitas religiões, a dança é, depois do sacrifício, a mais importante ação cultural. A dança pode ser a expressão imediata do que move internamente o homem; assim, por exemplo, ela é manifestação de alegria...

"... A dança era em geral, sinal de alegria e agradecimento. Depois da passagem do Mar Vermelho, Maria, irmã de Moisés, começou a cantar, dançando e tocando tamborins, conduzindo o coro das mulheres (Êx. 15:20). ‘Transformaste o meu luto em dança, tiraste o pano grosseiro e me singiste de alegria’ Sl. 30:12). Os vencedores, que retornavam à casa, foram recebidos com danças e ao som de tamborins (Jz. 11:34). Embora não se possa encontrar no corpus mosaico das leis nenhum preceito sobre danças religiosas, estas não deixam de ser usuais. Um típico exemplo de dança cultual encontramos na transferência da arca da aliança: ‘Davi dançava com todas as suas forças diante de Javé... Davi e toda a casa de Israel fizeram assim a arca de Javé subir, aclamando e soando trombeta’ (II Sm. 6:15). Os filhos de Sião devem louvar o nome de Deus com dança e cantar-lhe louvores tocando cítara e flauta” (Sl 149:3; 150:4...

"... Na parábola do filho perdido, celebra-se o seu retorno à casa do pai com uma festa de regozijo, em que constava música e dança” (Lc. 15:25).[7]

4. A DANÇA EM VÁRIAS CULTURAS

“Há provas de que, desde a antigüidade, a dança é associada às manifestações religiosas. Os homens primitivos imaginavam poder comunicar-se com os espíritos através da dança. De fato, certas danças conseguem alterar os estados de consciência, com o aparecimento de visões e alucinações, que são considerados comunicações com os poderes espirituais. Mas também é verdade que os homens primitivos demonstravam alegria ou consternação, diante dos eventos, como nascimentos, curas, luto, a chegada das chuvas ou a tentativa de fazê-las chegar, vitórias e outros acontecimentos importantes, mediante a dança”.[8]

4.1 "Entre os egípcios, homens e mulheres dançavam, mas em grupos separados, com certa variedade de movimentos e gestos, tudo dependendo do propósito a ser atingido. No Egito, dançava-se por motivos religiosos ou como diversão. Os nobres usualmente não dançavam. A dança parecia limitar-se às classes inferiores e aos sacerdotes, dependendo do propósito da dança ...

4.2 "... Entre os gregos, encontramos a dança social e religiosa. As massas populares dançavam principalmente como recreação. No teatro, a dança foi desenvolvida ao ponto de tornar-se uma arte, sendo usada para exprimir todas as emoções que as peças teatrais tinham o intuito de transmitir. A literatura antiga informa-nos que as mulheres dançavam em entretenimentos particulares...

4.3 "... Entre os hebreus, a dança era usada apenas como diversão (Êx. 32:19; Ec. 3:4). Mas também era um meio de exprimir sentimentos religiosos (Êx. 15:20; Jz. 21:19-21). Podia ser um modo de louvar a Yahweh (Sl. 149:3; 150:4. Naturalmente era usada na adoração idólatra. A vitória de Davi sobre os filisteus foi celebrada pelas mulheres, que saíram alegremente ao encontro dos soldados que voltavam da batalha. Isso foi acompanhado com cânticos e com instrumentos de música (I Sm. 18:6). Danças acompanhavam as festas e os festivais (Jz. 21:16-24). Alguns eruditos pensam que até a festa dos tabernáculos incluía danças. As referencias existentes nos Salmos mostram a conexão religiosa entre a religião e a dança. O trecho de Salmos 68:25 indica que os cantores e os instrumentos musicais algumas vezes estavam envolvidos de tal modo que somos levados a pensar que a música, no tabernáculo e no templo, era acompanhada por danças"...[9]

5. O USO DA DANÇA ENTRE O POVO DE DEUS

"A dança na igreja vem dos tempos antigos. Os judeus, por exemplo, tinham uma prática muito profunda da dança ainda cultivada até hoje dentro dos grupos tradicionais. As danças deles, embora não fossem mencionadas, eram usadas em quase rodos os serviços de adoração e de expressão comunitária. Nos Estados Unidos é muito comum se falar em `Liturgical Dance´ (dança litúrgica)...

"Mas ao mesmo tempo que louvamos a Deus com danças, temos que tomar

cuidado para saber se nossa dança está realmente louvando a Deus ou simplesmente satisfazendo os "coreógrafos da igreja", pois se por um lado a dança litúrgica é uma expressão da fé junta, por outro lado, dependendo de como essa dança foi coreografada, corre-se o perigo de estar louvando o coreógrafo....

"A dança litúrgica não é para ser dançada como se o púlpito fosse um teatro, mas sim, como lugar santo. Nós já temos muitos teatros no mundo; não precisamos de mais um na casa de Deus...

" Temos que ter cuidado, principalmente os coreógrafos, para não passar a dança para os participantes como passos mecânicos que só vão ser repetidos sem aproveitar o louvor do indivíduo para com Deus. Cada pessoa louva diferente; cada pessoa tem um movimento diferente e para a dança litúrgica se tem uma linguagem específica. Não podemos trazer os passos conhecidos da dança moderna, jazz ou ballet para usar no púlpito e dizer que está louvando a Deus, principalmente se o coreógrafo não for cristão, pois do contrário vamos ter mais um teatro e, quando uma pessoa que nunca veio ver uma dança que ela ver na TV, ela não vai saber a diferença da dança da TV para a dança que louva a Deus. Dance para louvor a Deus sim, mas com uma verdadeira dança de louvor e adoração" [10]

"As formas e razões antigas da dança continuam nos tempos modernos. - Por essa razão, nenhuma declaração simples pode dizer se, para o crente, dançar é próprio ou impróprio. Em algumas igrejas cristãs, a dança ainda é usada como uma expressão religiosa, usualmente associada a alguma produção teatral, mas nem sempre. Cada caso precisa ser examinado em separado, porquanto a dança pode ser elevada, à uma legítima forma de arte religiosa, ou então pode ser vil, ou mesmo pode ser uma mistura de elementos bons e maus. As danças sociais, que envolvem o contato dos corpos de homens e mulheres, geralmente são condenadas pelos crentes, apelando para os instintos mais baixos do ser humano. Mesmo as danças em que homens e mulheres nunca se abraçam, mas têm movimentos que são sexualmente sugestivos, tradicionalmente são reprovadas pelos crentes, como indignas para os seguidores do Senhor Jesus". P.7.[11]

“As danças mencionadas no Antigo Testamento deviam se realizar em grupos, às vezes de homens e mulheres, mas mais freqüentemente compostos só de mulheres; as danças individuais deviam ser menos freqüentes. A dança era compnhada por música e amiúde os dançarinos levavam tamborins nas mãos (Ex. 15:20)... A dança da filha de Herodíades diante dos convidados ao banquete em honra do aniversário de Herodes Antipas (Mt. 14:6; Mc. 6:22), correspondia ao costume grego, não ao costume hebraico: os judeus a teriam considerado como de péssimo gosto. Essa dança foi a causa da morte de João Batista”. [12]

"A adoração é uma atitude interior e não exterior. Esse ato pode ser completo sem a dança, sem a música e sem o canto. Essas expressões são veículos de louvor a Deus. Não podemos usar esses meios como fórmulas para se chegar ao altar do Senhor. Mas também não podemos restringir a dança à apresentações, a não ser que seja uma peça ou ensinamento para a igreja. Se entendermos a dança como parte do louvor, poderemos usá-la com mais sabedoria para atravessar o Santo dos Santos. Ninguém é mais espiritual por usar uma ou outra linguagem. Utilize tudo o que você tem para ser um daqueles adoradores que o Pai está procurando. Temos que viver em novidades de cântico, movimento e palavras, mas sempre conduzidos pelo Espírito Santo".[13]

7. CUIDADOS QUE TODOS PRECISAM TER COM A DANÇA

"Outra coisa importantíssima! Sempre tenho cuidado com as roupas de dança, esta é outra área que Deus tem me ensinado bastante, para que satanás não venha frustrar nosso objetivo de levar ao povo que a dança é do Senhor, elas jamais podem insinuar gestos sensuais. As meninas sempre dançam com collant por baixo, evitando assim mostrarem a barriga ou outra parte do corpo que venha provocar escândalo nas demais pessoas. Temos que vigiar, para que as vestimentas sejam decentes e santas para que as pessoas vejam realmente a santidade de Deus através da dança".[14]

"A dança é uma possibilidade de linguagem. Na Bíblia podemos encontrar inúmeras citações sobre a dança usada para o louvor e nos momentos de celebrações sociais. O povo de Deus no Antigo Testamento, por exemplo, dançava em suas festas com expressão de júbilo e agradecimentos diante do Senhor".[15] Daiana Barros - http://www.vidanovamusic.com

daibarros@hotmail.com

“Os movimentos falam. Um gesto pode ferir mais do que uma palavra; daí a preocupação com essa forma de linguagem. Preciso saber se o que estou querendo transmitir e comunicar será bem compreendido através dos movimentos executados. Não devo falar por falar, dançar por dançar, e sim, pensar, refletir para então me fazer entender. O mesmo deve acontecer com a montagem coreográfica, ou a dança propriamente dita”.[16]

“Desde tempos remotos que as alegrias domésticas ou nacionais, provocadas por acontecimentos vários, se traduziam em públicas ou particulares expansões. A dança e a música são meios de externar as nossas alegrias...A dança como parte de cerimônia religiosa, ou ato de adoração, era comum entre os hebreus, principalmente pelas mulheres, Ex. 15:20; Jz. 21:21 e 23, e ocasionalmente pelos homens, como no caso de Davi, dançando diante da arca, II Sm. 6:14-23; I Cr. 15:29”.[17]

8. A REVISTA ATOS- EDIÇÃO ESPECIAL SOBRE LOUVOR E ADORAÇÃO

Em matéria publicada na revista Atos, de Janeiro / março assinada de 1999, Gerard Rowlands ocupou praticamente todo o espaço daquela revista falando sobre Louvor e Adoração. A partir da página 32, desenvolve o tema: . Nesta abordagem, e especialmente quando trata das expressões físicas usadas como formas de louvor e adoração, enumera 6 posturas diferentes:

1a): Ficar de pé;

2a): erguer as mãos;

3a): bater palmas;

4a): inclinar-se ou ajoelhar-se;

5a): prostrar-se diante de Deus;

6a): dançar.

A prática da dança é fundamentada naqueles textos que já conhecemos e onde as Escrituras fazem menção à ela.

Resumindo toda a abordagem feita sobre as diversas formas de louvor e adoração, e sobretudo aquelas que envolvem a postura do corpo, conclui o referido autor: "No Novo Testamento, a palavra grega ´agallia´ é traduzida por ´regozijar-se´! Isto significa literalmente pular de alegria, regozijar-se extraordinariamente, ficar extremamente contente, com uma alegria enorme'. Esta é uma forma de alegria que é livre, desinibida, espontânea e expressiva. É tão livre que pode fazer com que saltemos de alegria como se fôssemos crianças... Lembre-se de que estas expressões de louvor só serão válidas se elas estiverem expressando verdadeiramente o louvor que está em nossos corações. A mera execução dos movimentos, como os de um robô mecânico, não constitui o louvor”.

Uma pesquisa feita através da Internet, resultou em um bom número de informações sobre este assunto. De um deles, extraímos as colocações que seguem:

“Uma pergunta importante a fazer é: O que esta dança está tentando expressar e como ela está fazendo? Por exemplo, os estilos da dança mais modernos e muitos estilos culturais são primariamente sensuais, enfatizando certas partes do corpo. Temos que tomar cuidado com estes movimentos para torná-los absolutamente puros”.

“... Trabalhando nosso caráter. Talvez este seja o nosso maior desafio; as nossas atitudes falam mais alto do que as nossas palavras. Nosso caráter tem mais influência do que as nossas ações. O Senhor está disciplinando cada participante, formando o caráter deles, transformando valores, e nós somos o exemplo. Isto não quer dizer que temos que ser perfeitos, mas somente honestos e abertos com nossas falhas e lutas. Precisamos sondar nossos corações e cuidar para que não façamos tropeçar nenhum deste pequeninos... “.[18]

ANÁLISE DOS TEXTOS BÍBLICOS QUE FAZEM ALUSÃO À DANÇA

A seguir, apresentamos uma rápida apreciação dos 21 textos bíblicos que podem ser encontrados em 12 livros diferentes das Escrituras Sagradas do Novo e do Antigo Testamentos, onde a dança é mencionada. Antes porém, da apreciação desses textos, é bom esclarecer que, o motivo principal da dança, em quase todos os casos onde ela é mencionada nas Escrituras, era a alegria.

Êx. 15:20; 32:19 - A dança de Miriã, irmã: Este fato aconteceu num momento de grande alegria diante da vitória que o Senhor dera a Israel contra seus inimigos. Diante dessa vitória, Moisés e os homens de Israel manifestaram sua alegria apenas cantando. Miriã, porém, não se contentou em apenas cantar; tocou tamborins, cantou e dançou, fazendo-se acompanhar por outras mulheres. O comportamento de Miriã pode ser um indicador de que, em algumas situações, as mulheres parecem ser mais sensíveis que os homens, especialmente em se tratando de liberar emoções. Este é o primeiro texto bíblico que fala da dança como uma manifestação de alegria.

Jz. 11:34; 21:21 e 23 - A dança da filha de Jefté: O contexto descreve a vitória de Jefté, o juiz de Israel, contra os amonitas. Ao voltar à Mizpá, sua terra, depois de ter sido vitorioso na guerra contra seus inimigos, Jefté foi recebido por sua filha, com uma grande demonstração de alegria. Na festa que preparara para receber seu pai, a filha de Jefté incluíra o toque de instrumentos e dança. Os vv. 21 e 23 do cap. 21, revelam apenas uma coisa: a dança era uma prática comum entre as mulheres israelitas. Este episódio vem confirmar a idéia defendida por todos os comentaristas bíblicos, segundo os quais, a dança era uma das reações mais comuns manifestadas pelos israelitas em seus momentos de júbilo e alegria, e que era praticada mais pelas mulheres e menos pelos homens. O voto de Jefté, que resultou no sacrifício de sua única filha, nada teve com a dança dela; foi conseqüência de uma decisão impensada da parte dele,. Ver os vv. 30 e 31.

I Sm. 18:6; 21:11; 29:5 - A dança das mulheres de Israel: A dança descrita no primeiro destes três textos envolvendo mulheres de todas as cidades de Israel, quando do retorno vitorioso de Davi da luta contra os filisteus, insere a seguinte afirmação: "todas as mulheres de Israel dançaram". O texto parece significar que houve uma mobilização nacional conclamando todas as mulheres a se envolverem nessa dança. Os dois textos seguintes: 21:11; 29:5, não apresenta nenhuma novidade em realão ao primeiro, pois apenas lembram o que ficou registrado no primeiro episódio descrito em I Sm. 18:6, sobre a dança das mulheres de Israel.

II Sm. 6:14-16 – A dança de Davi: Aqui, a dança é praticada pelo próprio Davi, rei de Israel, e teve como motivo a transferência da arca da aliança para Jerusalém, depois que a mesma tinha permanecido por três meses, na casa de Obede-Edom. O texto afirma que Davi, na sua alegria, "dançava com todas as suas forças diante do Senhor". Mical, sua esposa, ao observá-lo da janela de sua casa, considerou ridícula a sua atitude, vindo a desprezá-lo por isso. Deus, porém, não aprovou a censura feita por Mical, e ficou do lado de Davi. A reação de Mical diante da atitude de Davi, parece indicar que a dança não era usada com freqüência pelos homens e que, Davi, em particular, não tinha o hábito de dançar, pois se o tivesse, não teria causado tanta surpresa a Mical. Com base na expressão "descobrindo-se", II Sm. 6:20, há que afirme que Davi despiu-se enquanto dançava, advindo daí, a censura de Mical. Tal afirmação não se justifica, porque em I Cr. 15:27 lemos que Davi ia vestido de "um roupão de linho fino". O "descobrir-se", naquele caso, parece ter outro sentido, como por exemplo, o de "expor-se".

I Cr. 15:26-29 – Instrumentos, canto e dança: Este texto apenas repete o que está escrito em II Sm. 6:16, sobre a dança de Davi e a censura que lhe foi feita por Mical, sua esposa: "E sucedeu que chegando a arca do concerto do Senhor à cidade de Davi, Mical, a filha de Saul, olhou duma janela, e, vendo a Davi dançar e tocar, o desprezou no seu coração". Nos versículos 25 e 26 deste capítulo, assim como em outros textos do Antigo Testamento, constata-se com facilidade a associação que havia entre o uso de instrumentos, canto e dança. Conclui-se por isso que, a probabilidade de dança onde havia toque de instrumentos e canto, era muita grande, devido a relação que existia entre estas três coisas.

Sl. 149:3 (Edições Loyola) – A dança como forma de louvoré: “Que Israel jubile pelo seu Autor, que os filhos de Sião festejem seu rei. Que eles louvem o seu nome pela dança; que toquem tambor e cítara para ele”. A menção da dança neste texto vem acompanhada da expressão: "Que eles louvem o seu nome pela dança”, que não chega a ser uma ordem, mas uma recomendação. O tocar, o cantar e o dançar, parecem ter uma relação muito estreita entre si, pois com regular freqüência aparecem juntas nas Escrituras. Estar. De acordo com este Salmo, o Senhor deve ser louvado com dança, do mesmo modo como o é com o toque de instrumentos e com cânticos.

Sl. 150:3 e 4 – A dança como recomendação: Aqui temos a recomendação em forma de imperativo: "Louvai-o ao som da trombeta; louvai-o com saltério e com harpa. Louvai-o com adufes e danças". Este, talvez seja o texto mais citado por aqueles que defendem o uso da dança pelos crentes, porque ao contrário dos demais, além de expressar uma ordem, equipara a dança ao toque dos instrumentos, com os quais o Senhor deve ser louvado. Revela também a associação existente entre o toque dos instrumentos, a música e a dança. Entre os instrumentos usados na época, poder ser citados os seguintes: Trombeta, tamborins, saltério, harpa, etc., ou seja: instrumentos de cordas, de sopro e percussão.

Jr. 31:4 e 13 – Durante o exílio: Estes textos lembram a liberdade que prevalecia entre os filhos de Israel, antes de serem levados para o cativeiro. O que eles lamentam é, que a dança como manifestação de alegria, agora, no cativeiro, estava ausente. Pelo que está escrito nos dois textos acima, Deus prometeu restaurar a dança juntamente com a restauração de Seu povo, quando o trouxesse de volta à sua terra: "Ainda te edificarei, e serás edificada, ó virgem de Israel! Ainda serás adornada com os teus adufes, e sairás com o coro dos que dançam... então a virgem se alegrará na dança, e também os mancebos e os velhos; e tornarei o seu pranto em alegria, e os consolarei, e transformarei em alegria a sua tristeza". Mais uma vez, a dança aparece aqui, como manifestação de alegria.

Lm. 5:15 – Não há dança quando não há alegria: Este texto registra parte do lamento de Israel, em razão das restrições que lhe foram impostas pelo cativeiro: "Aos mancebos obrigam a moer e os moços tropeçam debaixo da lenha. Os velhos já não têm assento na porta, os mancebos já não cantam. Cessou o gozo do nosso coração, converteu-se em lamentação a nossa dança". O que fica evidente neste texto é que as danças, antes comuns entre eles, agora não podiam ser praticadas, porque também não tinham alegria. Entre a dança e a alegria, esta é a causa e aquela, o efeito. Sem alegria não há motivo para dança.

Mt.11:17 – Dança, uma reação natural e expontânia: Levando-se em consideração o fato de que a dança é uma forma de reação natural e espontânea manifestada ante o impacto de uma surpresa agradável, a citação da dança neste texto lembra de muitos dos contemporâneos de Cristo, que, a despeito das mensagens pregadas por João Batista e por ele, não creram: "Tocamo-vos flauta e não dançastes: cantamo-vos lamentações e não chorastes". Vejamos o que Jesus disse sobre os habitantes das cidades de Corasim, Betsaida e Cafarnaum: "Então começou ele a lançar em rosto às cidades onde se operou a maior parte dos seus prodígios o não se haver arrependido, dizendo: Ai de ti Corazim! Ai de ti Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidon fossem feitos os prodígios que em ti se fizeram, há muito que se teriam arrependido, com saco e com cinza. Por isso eu vos digo que haverá menos rigor para Tiro e Sidon, no dia do juízo, do que para vós. E tu, Cafarnaum, que te ergues até aos céus, serás abatida até aos infernos; porque, se em Sodoma tivessem sido feitos os prodígios que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje. Porém eu vos digo que haverá menos rigor para os de Sodoma, no dia do juízo, do que para ti", Mt. 11: 20-24. A propósito dessa indiferença, Jesus disse ainda: "Os ninivitas ressurgirão no juízo com esta geração, e a condenarão, porque se arrependeram com a pregaçção de Jonas. E eis que está aqui quem é maior do que Jonas. A rainha do meio-dia se levantará no dia do juízo com esta geração, e a condenará; porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E eis que está aqui quem é mais do que Salomão", Mt. 12:41 e 42.

Em Mt. 14:6 - A dança da filha de Herodias: Era o dia do aniversário de Herodes. Sua sobrinha, filha de Herodias, dançou e, com a sua dança agradou a Herodes e a seus convidados. Há uma ligeira diferença entre esta dança e aquelas de que já temos falado até aqui. Aquelas, surgiram como resultado ou efeito da alegria; esta, foi praticada para alegrar o coração do aniversariante e dos seus convidados. Este não era o tipo de dança praticado pelos israelitas em seus momentos de alegria.

Mc. 6:22 – Este texto é uma repetição do texto de Mt. 14:6. É importante dizer, porém, que a morte de João Batista, não foi uma conseqüência direta daquela dança. O que aconteceu foi, que ao executar com arte aquela dança, a dançarina agradou ao rei e aos seus convidados. Então pra gratificá-la, o rei prontificou-se em dar a ela qualquer coisa que lhe pedisse. A moça fez saber a sua mãe, a promessa que na sua emoção, o rei lhe fizera, e Herodias, que não simpatizava com João Batista, porque este reprovava sua conduta desonesta (tinha um caso amoroso com Herodes, irmão de Felipe, seu marido), decidiu usar o sucesso de sua filha e a promessa de Herodes, como pretextos para se vingar do santo homem de Deus. Então sugeriu à filha que pedisse a cabeça de João Batista. Como no caso de Jefté, no passado, Herodes demonstrou imprudência ao fazer aquela promessa.

Lc.7:32; 15:25 - O primeiro texto citado no evangelho de Lucas, é uma repetição do evangelho de Mateus 11:17. No segundo texto, a dança citada na parábola do filho pródigo, aparece como uma das demonstrações de regozijo manifestadas pelo pai ao receber de volta o filho que tinha-se perdido e foi achado, estava morto e reviveu. Se levarmos em conta que o pai da parábola é uma figura alegórica que representa o próprio Deus, com certeza Jesus não teria feito menção à dança, se esta prática fosse condenada por ele, pois como judeu que era, reconhecia que essa era uma das formas de seu povo manifestar alegria.

CONCLUSÃO
Embora não tendo nenhum motivo para condenar o uso da coreografia, quando praticada adequadamente, isto é, com disciplina no uso das vestes e dos movimentos, e com pureza de sentimentos, confessamos que não tivemos a intenção de fazer uma apologia dela, até porque existem muitas outras formas de adoração e a coreografia é apenas uma, entre as demais. Entre a coreografia e uma peça teatral não há muita diferença, porque em ambas, dá-se muita ênfase aos gestos e aos movimentos, enquanto são executadas. E já temos usado muitas vezes, essas peças teatrais ou dramatizações, com base em determinadas passagens das Escrituras. Se, entretanto, o maior desejo do coreógrafo é louvar a Deus, lembramos que há, no momento do culto, outras maneiras de expressar essa sua adoração: glorificando, cantando (em solo, dueto, trio, quarteto, coro e canto congregacional), executando um instrumento ou fazendo todas estas coisas juntas. Naquelas igrejas onde esta prática já existe e é feita de maneira adequada, não vemos razões para se interromper essa prática. As denominações mais conservadoras que preferem não a adotarem, talvez tenham assumido esta postura em relação à ela, em razão da maneira como a mesma é praticada entre os descrentes. Todos nós sabemos que, uma das principais características da dança cultural moderna, é a sensualidade; e isto não deve acontecer com a coreografia. Se isto acontecer, é evidente que contraria os propósitos do evangelho, pois toda e qualquer ação do crente (inclusive a coreografia ou dança), que tiver por objetivo a satisfação e os interesses de quem a pratica, mesmo feita sob os auspícios da religião, torna-se não apenas imprópria, mas também condenável aos olhos de Deus. Portanto, é no propósito que a coreografia praticada na igreja precisa ser diferente da dança comum; pois enquanto esta satisfaz àquele que a executa, aquela é motivada pela sentimento de gratidão e adoração a Deus.


COMISSÃO PERMANENTE DE DOUTRINA

Valdecir Nunes de Oliveira
Genilson Soares da Silva
Adelmilson Júlio Pereira
José Lima de Farias Filho
Genésio Mendes
Enéias Manoel dos Santos
Amador Onofre de Paula
José de Oliveira Neto
Gelson Pereira da Silva
Manuel Lino Simão
Elias Alves Ferreira
Rivaldo Corrêa de Melo
Cassiano Domingos de Souza


COLABORADORES
Adailson Santos da Silva
Otoniel Leopoldo Campos

Nenhum comentário: